No seu mais recente relatório, Estúdio económico de América Latina y el Caribe 2023, a CEPAL analisa a situação económica da região e as perspetivas para 2023 e 2024, bem como as áreas a investir para promover um crescimento económico sustentável que faça frente aos desafios que a mudança climática representa.
No ano de 2023 os países da América Latina e das Caraíbas enfrentaram um cenário macroeconómico complexo com um crescimento económico baixo e com altos níveis de inflação e dívida pública. A CEPAL prevê para a região uma margem orçamental limitada devido aos elevados níveis de divida pública, aumentos de taxas de juros (tanto externas como internas) e a queda de receitas fiscais. A este cenário soma-se um menor dinamismo na criação de emprego, quedas nos investimentos seguido e um aumento das demandas sociais.
Para além da conplexidade interna da região acrescenta-se um contexto mundial marcado por incertezas financeiras assim como pela desaceleração do comercio e crescimento mundial. O estudo aponta que a política monetária restritiva dos principais bancos centrais do mundo incrementou a volatilidade nos mercados financeiros internacionais assim como o custo do financiamento e, como tal, prevê-se um menor volume no comércio e um deterioração dos termos de intercâmbio ao mesmo tempo que a região experimenta uma desaceleração dos fluxos financeiros.
No primeiro trimestre de 2023 o nível de atividade económica estagnou na América Latina. Não só existiu uma desaceleração da economia regional, tanto em termos anuais como a nível do PIB regional, como também uma diminuição do emprego, redução de salários e uma queda da produtividade laboral ao mesmo tempo que se mantêm as desigualdades de género na região, uma redução na política fiscal e uma queda significativa da receita tributária.
Em termos fiscais prevê-se que os rendimentos totais dos governos centrais da América Latina diminuam em 2023 como consequência da redução da atividade económica e a diminuição dos preços internacionais das matérias-primas. A inflação tende a baixar, mas mantem-se acima dos níveis anteriores à pandemia e aos objetivos dos bancos centrais. Os bancos centrais continuam com esforços para reduzir a inflação, mantendo as taxas de juros altas.
Em 2023 a CEPAL prevê um baixo crescimento na região, apontando para um crescimento do PIB de 1,7% e que as sub-regiões tenham um menor crescimento com respeito a 2022, um fraco dinamismo que continuará em 2024. Assim o próximo ano enfrenta um crescimento médio do PIB de 1,5% para a América Latina e as Caraíbas. A estimativa é que a América do Sul cresça 1,2%, a América Central e o México 2,1% e as Caraíbas (sem incluir Guiana) 2,8%.

Para combater este crescimento lento a CEPAL tem vindo a promover iniciativas políticas macroeconómicas que impulsionem o crescimento dinâmico e sustentável, apostando em promover uma agenda que englobe ações nacionais nos âmbitos monetários e fiscal bem como a promoção de medidas a nível internacional com o fim de reformar a arquitetura financeira mundial.